Encarar ou não o “subemprego”?

Antes de responder a essa pergunta, que tal uma reflexão?

Você gostaria de voltar para o Brasil só por não ter conseguido o emprego dos sonhos na Irlanda e abandonar a oportunidade de viver, estudar, passear e conhecer pessoas do mundo inteiro em lugares que você nunca imaginou estar antes?
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Baseado nisso é que afirmamos com convicção que apelar para um subemprego não é nada ruim, que não há nada de errado nessa escolha, desde que este subemprego não afete a sua saúde, é claro.
Devemos lembrar que empregos como ajudante de cozinha, babá, faxineiro, entregador de jornal, plaqueiro etc., são funções que existem em grande quantidade no Brasil como em qualquer lugar do mundo. Por serem funções tão comuns e necessárias, você não deve se sentir inferiorizado por aceitar uma dessas posições.
Trabalhar nesses “subempregos” para se manter no exterior é uma realidade muito mais comum do que se pensa quando falamos de programas de intercâmbio, não só aqui na Irlanda, mas em qualquer outro país.
São nesses subempregos que você vive a rotina de um restaurante, de uma casa de família, conhece os costumes locais, as regulamentações e práticas utilizadas, fatores que são fundamentais para a sua vivência no exterior e que agregarão valor considerável ao seu currículo.
Encare como uma experiência temporária
Subemprego, segundo o dicionário, é a ação e o efeito de subempregar. Este verbo significa empregar alguém num posto inferior àquele que lhe corresponderia tendo em conta as suas qualificações.
Uma vez dada essa definição, que muitos julgavam errônea e popular, é importante compreender que os subempregos acabam acontecendo por períodos temporários, como é o caso do intercâmbio.  Desta forma, entender que você não atuará naquela posição pela vida toda facilitará — e muito — a forma com que você lidará com a situação, pois terá a certeza de que aquilo terá fim. Aliás, se fosse uma experiência tão ruim não existiriam tantos estudantes renovando ano após ano.
Além disso, o trabalho informal é a realidade da maioria dos intercambistas que decidem se aventurar pelo mundo, uma vez que a barreira linguística precisa ser superada para que seja possível, então, almejar oportunidades melhores. No final das contas, estamos todos no mesmo barco: estudantes vivendo em país estrangeiro, com regras a cumprir — especialmente aquela que limita as horas de trabalho a 20 semanais durante o período de aulas.
Que tal adotar o pensamento de que o subemprego “faz parte” da experiência?
Um dos aspectos mais interessantes da vida dos intercambistas é justamente o fato de viverem de forma totalmente inusitada e diferente da que se tinha no Brasil. É  aí que aprendemos a valorizar coisas que a gente nem dava conta quando estávamos no conforto do nosso país, circundado de amigos e caras conhecidas falando a nossa língua materna.
Lembre-se porque você chegou aqui
Nem sempre é fácil!
Nos primeiros três dias de emprego o Victor quase desistiu. O primeiro pensamento dele era o de que era “complicado estudar cinco anos de engenharia no Brasil e acabar lavando louça em outro país”. Passado um tempo, ele percebeu que isso fazia parte da escolha de fazer um intercâmbio. Se você perguntar se ele gostava do trabalho, a resposta será negativa. Entretanto, sem qualquer sombra de dúvidas, afirmamos que a experiência é única!

Tamanha era a nossa vontade de guardar dinheiro para viajar que, mesmo tendo um emprego pesado no restaurante, o Victor passou a entregar comida à noite com a bicicleta dele. E é nessas horas que você mede o seu esforço quando tem um propósito, pois vê exatamente o que é capaz de fazer a fim de atingi-lo. Todavia, esta é uma questão bastante subjetiva, pois cada um sabe qual é a própria necessidade e tem consciência de quanto esforço é capaz de fazer para alcançar os seus objetivos.
Lembra-se da parte do temporário?
Pois é… A vaga que o Victor conseguiu no restaurante, cujas tarefas eram pesadas o bastante, e muito abaixo das expectativas dele, pode não ser a ideal, mas proporcionou ao Victor a evolução do inglês básico para o fluente, fizemos aquele mochilão dos sonhos, conhecendo 12 países europeus ao longo dos nossos 12 meses na Irlanda, além de ter possibilitado uma “pesada” bagagem cultural e um amadurecimento emocional — e de vida — que ele jamais teria alcançado no conforto do seu trabalho promissor no Brasil.
Nossa dica é: mantenha sempre em mente o que te trouxe para o intercâmbio. Sejam quais forem os seus objetivos, você enfrentará desafios, e o subemprego é apenas um deles.
Encare a realidade
É muito comum as pessoas virem para a Irlanda com o sonho de fazer um belo “pé de meia” para voltar muito bem para o Brasil. O problema é que as pessoas parecem se esquecer de encarar a realidade, que não é tão fácil como parece. Empregos não caem do céu na Irlanda e nem na China!
Eu, Carolina, trabalhei em um escritório, assim como trabalhava no Brasil, mas ocupando um cargo consideravelmente mais baixo. Ainda assim, não era paga nem um centavo a mais, por hora, que o Victor, que trabalha em um restaurante. Não me importava em trabalhar como assistente administrativo/financeiro na Irlanda após ter saído de um emprego de coordenadora de importação no Brasil. O meu intuito, assim como o da maioria dos estudantes brasileiros, era realizar uma imersão cultural e aprimorar o inglês. Eu não viraria as costas por oportunidades inferiores às que eu tinha no Brasil por simples capricho.

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Não é à toa que o fato de ter realizado um intercâmbio aumenta — e muito — as suas chances de abocanhar uma boa vaga no Brasil, pois além da questão idioma, os entrevistadores sabem muito bem que uma experiência no exterior proporciona uma bagagem valiosa, que inclui, entre outras coisas, uma visão mais apurada e complexa de mundo, flexibilidade para lidar com adversidades e outros tantos fatores que você aprenderá “na marra” ao estar em um país completamente diferente do seu.
Por isso, a dica é que você agarre a oportunidade que aparecer, pois emprego está difícil em todo lugar e o intercâmbio não durará a vida toda, mas o suficiente para que, lá na frente, além da bagagem, você tenha muita história para contar, geralmente com situações muito desafiadoras e muitos relatos de superação.

Este artigo também está disponível no portal do e-Dublin através deste link aqui.
Se você quiser entrar em contato com a Carolina Ojeda e o Victor Lorasque para informações e cotações de intercâmbio, envie um e-mail para agência MD4S de São Paulo e agende a sua visita: saopaulo@md4s.org

Como Procurar Emprego na Irlanda

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A Irlanda é um lugar muito bom pra se viver. A maioria dos estudantes brasileiros lamentam terem que retornar à pátria amada, aindamais se conseguirem um bom emprego por aqui. Nos dias de hoje, com todos os problemas financeiros que o mundo supera diariamente, é claro que até na Irlanda ficou mais difícil encontrar trabalho, porém, ainda há vagas para quem realmente quer. Quer saber como a crise ajudou os gringos por aqui? Com menos dinheiro entrando no caixa, as empresas precisam de mão-de-obra mais barata. Ao mesmo tempo, a população não quer trabalhar por “mixaria”, então esse trabalho vai sobrar pra quem? Claro, pra nós, pobres estudantes que topamos tudo por alguns eurinhos. Em contrapartida, agora existem irlandeses em situações financeiras precárias, e esses, começaram a disputar vagas nos “subempregos” conosco.

O que você tem que saber é que em muitos lugares preferem contratar gringos pois fazemos o trabalho sem reclamar e outros tantos lugares até dão preferência para brasileiros pois sabem que estamos acostumados a trabalhar duro e damos conta do serviço como ninguém. É nisso que você precisa focar para conseguir o seu trabalho. Então, as primeiras dicas são:

1- Não tenha medo de vir e arriscar.

2- Não fique lamentando dizendo que está difícil encontrar um trabalho. Guarde a energia que você vai gastar lamentando para utilizar com a sua persistência. Positividade sempre! 😉

3- Não tenha medo de começar por baixo. Mesmo que você venha pra Irlanda com um inglês mais avançado, lembre-se de que você não possui nenhuma experiência profissional aqui. Portanto, um trabalho de cleaner, kitchen porter, ou algo similar já te garante uma cartinha de referência.

 

Coisas que podem te ajudar a conseguir um trabalho:

As vezes sair de porta em porta entregando currículos não dá resultado. Você pode passar meses andando em Dublin 1, 2, 11, 24 ou seja lá qual for e não receberá uma mísera ligação. Isso é normal, acontece muito e sempre tem alguns macetes pra você aumentar as suas chances de retorno como:

Tenha um bom currículo

Um bom currículo nem sempre quer dizer “um currículo cheio de experiências”. Para ele ser bom, precisa ter todas as informações que o empregador quer ler. E o que ele quer ler?

– Informações diretas. Pense que ele terá mais 999 currículos pra ler depois do seu.

– Informações necessárias. Não invente coisas.

– O suficiente para identificar o seu perfil profissional. Então, novamente… não invente coisas!

Faça um currículo específico para cada tipo de trabalho que você procura. Quer saber porque?

Por exemplo: Se você estiver procurando um trabalho de cleaner, você não precisa colocar no seu CV a sua formação acadêmica. Não é porque você é formado na USP ou na Universidade Estadual da Califórnia que você será um bom cleaner. Muito pelo contrário, o empregador quer alguém que saiba o menos possível, pra não ficar reivindicando coisas ou enchendo o saco dele… rsrs

Mas se você estiver procurando um emprego na sua área, então, sem dúvidas será primordial incluir a sua formação acadêmica.

Nem pense em distribuir um currículo que não está em inglês. Isso é um pouco óbvio mas achei bom citar. HEHE’

Não se estenda muito. Um currículo de uma página já é suficiente.

Se você trabalhou em franquias internacionais como por exemplo, Mc Donald’s, Burger King, Subway, Starbuck’s, ou em alguma empresa multinacional, dê prioridade à elas ao citar suas experiências profissionais.

Com o currículo em ordem, é hora de correr atrás. Mas… por onde começar?

 

FÁS – National training and employment authority

O FÁS é uma agência irlandesa especializada em auxilio na busca por emprego. Eles recebem diariamente uma lista enorme de empregadores procurando pessoal para contratar. Tudo que você precisa fazer é:

Ir até um dos escritórios do FÁS (tem um bem na esquina do PPS, na Parnel St.) e utilizar aquelas máquinas vermelhas para procurar a sua vaga de emprego. Ou aproveitar o avanço da  tecnologia e procurar sua vaga on-line, no conforto do seu lar acessando esse link AQUI. O sistema utilizado nas maquinas é exatamente o mesmo do site. Em breve irei disponibilizar aqui um passo-a-passo de como utilizar o website do FÁS.

 

Websites de busca por emprego

Na Irlanda existem inúmeros sites especializados em busca por empregos. Segue abaixo uma relação dos mais famosos:

Jobs

Irish Jobs

Find a Job

Monster

Recruit Ireland

Jobs in Ireland

Done Deal Jobs

Best Jobs

Escolha os seus preferidos e busque por vagas todos os dias. Hoje você pode não encontrar, mas amanhã é outro dia. 🙂

Dica: Se possível, envie seu currículo pelo site e envie também diretamente para o e-mail da empresa que está disponibilizando a vaga. O que acontece é que muitos anúncios postados nesses sites são feitos por agências de recrutamento e não diretamente pela empresa que quer contratar. As vezes seu currículo não se enquadra aos padrões da agência mas está ótimo para a empresa.

 

Redes Sociais

Muitas empresas analisam o perfil do candidato através das Redes Sociais. Por isso, é indispensável que você tenha um bom perfil no LinkedIn. Se você ainda não tem, crie sua conta AQUI e preencha o máximo de informações possíveis (em inglês) e coloque uma foto um pouco mais séria como seu avatar.

Dependendo do tipo de emprego que você está buscando, até mesmo suas postagens do Facebook podem influenciar, porém, acho que já não chega a ser o nosso caso aqui.

Utilize também as redes sociais para buscar vagas de emprego. Sempre surgem anúncios naqueles grupos que já falamos sobre no post sobre como procurar casas para alugar em Dublin.

OBS: Se você está procurando vagas de cleaner, ou algo do tipo, não precisa se preocupar muito com a sua vida na internet.

 

Última dica:

Leve o seu currículo na mesma empresa várias vezes. Não precisa ser todo santo dia, mas se você fizer isso a cada 15 dias já está bom.

Você pode baixar um exemplo de currículo AQUI.

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